quarta-feira, 14 de julho de 2010

Reflexões das Férias Futebolísticas

Muito bem meu povo, acabou a mamata, a copa do mundo se foi e a vida vai tomando o seu ritmo normal, ou quase isso. Ficamos somente com as lembranças e reflexões geradas nos embates dentro de campo, e também para os que aconteceram fora dele.

Pra mim, por mais estranho q possa paracer, o comentário mais "significante" da crônica q cobria o mundial foi do Smeagol (aquele carequinha insano do "Pisando na Bola" do Sportv), e olha q eu assisti a copa em regime de dedicação quase exclusiva,kkk. Dizia o figura ao entrevistar um "popular" (o termo é dele)q o Brasil "... não arrumou nada..." na África do Sul. Será?

Do ponto de vista esportivo ele está completamente correto, afinal essa foi a pior colocação desde 1990, o vexame Lazzarônico, o técnico "gênio" q previa um esquema tático com 3 zagueiros usado hj em dia em 80% dos clubes nacionais, mas na época era um vilipêndio. Mas claro q eu não estou falando de futebol, tem algo muito maior e q me incomodou muito mais, e talvez nem todo mundo tenha se dado conta.

Também não vou atacar o treinador e suas opções e escolhas táticas e técnicas, a convocação e o espírito de competição instalado por ele, extrapolando o limite da razão e beirando as fronteiras da barbárie (em alguns casos transpondo-os, né Felipe Melo???), mas vale a ressalva; quando alçado ao pódio em 2002, capitão Cafú lembrou as pessoas a quem amava (citando seu bairro de origem e esposa); em 1994, o capitão Dunga desfiou uma torrente de palavrões q mesmo quem não é especilista em leitura labial sacou do q se tratava. O comportamento do ser humano no momento do triunfo diz mais sobre si mesmo do q podemos imaginar.

Mas esse também não era o assunto principal, isto é, não diretamente. O q mais me incomodou na verdade foi como reagimos ao comportamento totalitário e mal educado do treinador e seus convivas.

Vivemos hj uma estabilidade nesse país inimaginável a 30 anos atrás, fruto de anos de lutas políticas e sociais com um custo altíssimo, q incluem desde jovens vidas tomadas nos anos de chumbo até anos de recessão e crise financeira. Dito isso, qual não foi a minha surpresa ver a maioria esmagadora da opinião pública apoiando os mandos e desmandos de um déspota não esclarecido e nem tão pouco preparado.

Certo q ao peitar a Globo, a "voz e a versão oficial" dos acontecimentos ele ganharia simpatizantes (o movimento do Twitter "CALA BOCA GALVÃO!!!!!!!!" é sintomático nesse sentido), entretanto ver um sujeito alterado e ofendendo profissionais que estão tentando fazer seu trabalho, e ainda por cima transmitido em Full HD pra dentro da sua casa é um tanto indigesto pra mim, sinceramente.

Portanto Smeagol, arrumamos algo na África sim, ainda q indiretamente. Arrumamos um novo motivo para estarmos em permanente estado de alerta, por q a idiotice nunca dorme, e ainda encontra eco em mentes tacanhas e estreitas.

E q venha 2014, e q nos preparemos para todas as idiossincrasias q serão criadas pelos novos comandantes da esquadra, e q ESTEJAMOS AINDA MAIS ALERTAS as questões ligadas as previsões orçamentárias das obras, e q lutemos com unhas e dentes contra o quase inevitável superfaturamento das mesmas, ainda q sejamos voto vencido, mas q nos manifestemos, por q uma farra de um mês não pode custar outro atraso de 20 anos.

Eu sei, eu sei, o blog é de música e tal e vc esperava uns dominantes a mais e etc. Mas o q fazer, o futebol é, entre as coisas menos importantes, a mais importante delas. Mas entre as coisas mais importantes de verdade estão a LIBERDADE e o RESPEITO, e q isso não mude nunca.

Abração a quem segue, voltaremos a nossa programação normal :)

5 comentários:

ALUCICRAZY disse...

Boa Maestro Carequinha e Fanfarrão, texto bonito, coeso e de finas linhas.

Unknown disse...

Texto lúcido, pertinente e muito bem escrito.
Além de maestro, cronista?

VanDionisio disse...

É por essas e outras que eu discaradamente admiro esta CRIATURA... rs

Rachel Nhoatto disse...

Magnífico texto. Concordo plenamente, principalmete quando falas de RESPEITO e LIBERDADE, os quais tráz felicidadee libertação interior, pois ela é estado de consciência livre.
Então uma pergunta: Até que ponto não quero estar, ver?
Até que ponto estamos condicionados a resistir a realidade a ser como é?

Professor Leandro Latú disse...

Orra, agora sim expandiu a tonalidade...hehe...Abraço. Leandro Latu