terça-feira, 27 de abril de 2010

Move on, move on!!!!!!!!!!!

Depois da avalanche de acordes dominantes, vamos explorar novas marchas harmônicas pensando agora na função anterior, a Função Subdominante.

Tive um professor de Harmonia na faculdade chamado Marcos "Markito" Cavalcante que dizia o seguinte: "Em matéria de Harmonia para Música Popular, TUDO É II - V - I". Longe de mim contestar o pragmatismo do Mestre ("Mestre" não, PHD, com tese sobre Villa-Lobos e tudo mais), assim sendo vamos nessa direção.

Esse acorde "II" na progressão funciona como um elemento de cadência (com Função Subdominante), precedendo e reforçando o acorde Dominante no preparo da Função Tônica em tonalidades maiores ou menores. Assim sendo, denominaremos esse acorde "II CADENCIAL". Vale aqui a referencia (e a reverência) ao trabalho do grande professor e editor Almir Chediak, que com seus livros "Harmonia e Improvisação I e II" ajudaram a difundir esse tipo de nomenclatura para o estudo de Música Popular no nosso país. A ele, onde estiver, que descanse em paz, pois sua obra continua viva.

Vejamos então a idéia do II - V - I para resoluções nos tons maiores e menores (figura A)

Veja também que quando falamos do acorde II para a resolução do acorde menor, podemos usar tanto o IIm7(b5)- HARMÔNICO - quanto o IIm7 - MELÓDICO -

Vale lembrar que o movimento dos baixos e a distância dos acordes continua similar, ou seja, o II cadencial está distante do V7 QUARTA JUSTA ABAIXO ou QUINTA JUSTA ACIMA, estabelecendo a mesma realção do V7 com o I7m ou Im7, mantendo oo movimento de QUARTAS na marcha harmônica.

Agora então o cruzamento das vozes internas nessas cadências (ou como diria o Markito os "leading tones") (figura B)


O cruzamento das vozes internas acontece entre as Terças e Sétimas dos acordes, sob o princípio de Continuidade Harmônica, ou seja, estabelecendo o MÍNIMO MOVIMENTO entre as mesmas, usando sempre GRAUS CONJUNTOS (intervalos de segunda), quando não estático.

O bom entendimento dessas vozes condutoras transcende a questão harmônica e do acompanhamento ou apoio para melodia, pois esse conhecimento é usado tanto em escrita de arranjos para contracantos diversos (cordas, vozes, etc) quanto para solos improvisados e escrita de melodias. Portanto, NÃO SE PRENDA A ENTENDER pura e simplesmente o movimento nos baixos dos acordes, isso limita sua visão harmônica e consequentemente o resultado da sua música.


Por hora é isso ai, continuemos nos mexendo :)

Abração

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dominantes Individuais

Na nossa longa caminhada na estrada da Harmonia ja fizemos alguns "pit stops", falamos dos Campos e das Funções Harmônicas, sempre com o intuito de definir O QUE usar e principalmente COMO USAR os acordes nas tonalidades maiores e menores. Na nossa nova parada, falemos então dos Dominantes Individuais.

Até o presente momento vimos que em cada tonalidade Maior ou Menor podiamos contar com os 7 GRAUS de cada campo, e para definição e reforço do Tonalismo a marcha Dominante Principal - Tônica (V7 - I7M ou V7 - Im7). Estenderemos essa idéia da marcha do Dominante aos outros graus do Campo Harmônico além do grau I, e a esses acordes daremos o nome de DOMINANTES INDIVIDUAIS.

A idéia é simples, veja a definição:

"Todo acorde do Campo Harmônico pode vir precedido do seu respectivo Dominante Individual, distante uma QUARTA JUSTA ABAIXO ou uma QUINTA JUSTA ACIMA do acorde a ser resolvido, desde q não haja choque com a melodia q está sendo harmonizada."

Dito isso, vejamos como vai funcionar nos Campos Harmônicos de C (Dó maior - figura a) e de Am (Lá Menor - figura B).




Vejamos um uso prático em REARMONIZAÇÃO (o tema é IMENSO, isso é só um exemplo para o uso dos Dominantes Individuias ok?). Vamos começar com uma progressão simples no tom de C Maior (figura C). Os acordes aparecem inicialmente com a duração de um compasso cada. Para o uso dos Dominantes Individuais dividiremos essa duração e assim reforçaremos a sensação da PREPARAÇÃO DO ACORDE SEGUINTE (aquela história de resolução via trítono e etc, vc ja conhece...)
Dito isso veja a inclusão dos Dominantes na progressão (figura D). Toque as 2 progressões e sinta a diferença do "efeito" da inclusão do Dominante

Curtiu? E é só o começo...

Vamos em frente, a luta continua :)

Abração

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Terceira Irmã




Bom gente, como prometido no post anterior vamos falar da terceira companheira das Escalas Menores, a MELÓDICA.
A Escala Menor Melódica é também conhecida com Menor Bachiana (sempre ele :)...), e aparece na Música Européia de uma forma ligeiramente diferente, mas para o nosso uso em Música Popular o que realmente interessa é a sua forma chamada de Menor Melódica Real.
Na Menor Bachiana ela teria uma forma ascendendo (real) e descendendo (idêntica a Menor Natural). Da mesma forma q tratamos o assunto "Menor Harmônica" trataremos o da "Menor Melódica", nos interessa a formação e uso para harmonização, composição e improvisos para Música Popular, por isso a opção pelo uso da Menor Melódica Real :)

Pois bem, vamos montar a Escala Menor Melódica, já com seus respectivos graus. Os intervalos de semitom ficam entre o SEGUNDO e o TERCEIRO grau e o SÉTIMO e OITAVO (repetição da tônica)(figura A)

Assim sendo, vemos que se tormarmos como base a Escala Menor Natural teremos alterações no SEXTO GRAU e no SÉTIMO GRAU da escala. Se a base for a Menor Harmônica, alteriamos somente o SEXTO GRAU, visto q o sétimo ja havia sido alterado anteriormente (figura B).

Pensando nisso então, vamos montar o Campo Harmônico da Escala Menor Melódica, e a traçar um paralelo com os outros 2 campos menores já nossos conhecidos (figura C).

Assim encerramos por enquanto o assunto do Campos Harmônicos Menores, nos próximos encontros falaremos das progressões mais comuns em Música Popular nos campos Maiores e Menores.

A gente se vê :)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Os Campos Harmônicos Menores e a Escala Menor Harmônica



Então ja sabemos o conceito de relatividade entre a Escala Maior e a Escala Menor Natural, portanto em raciocínio análogo sabemos também o Campo Harmônico gerado na Escala Menor Natural. Não??? Vejamos:
Se já é sabido q os tons de C(Dó Maior) e Am (Lá Menor) são RELATIVOS (possuem as mesmas notas em sua formação) logo os Campos Harmônicos gerados nessas escalas possuirão também as MESMAS NOTAS (figura A).

Pensando nisso, vamos voltar ao conceito das Funções Harmônicas. A principal característica do TONALISMO (a nossa "praia" de Harmonia atual) é a presença do ACORDE DOMINANTE no V grau do Campo Harmônico, gerando a INSTABILIDADE via TRÍTONO a ser resolvida no Acorde Tônica (Grau I). Obs.: Se vc perdeu o trem nesse post revisite os anteriores "Funções Harmônicas" e "Resolução do Trítono no Acorde Dominante" :) Em matéria de Campo Harmônico Menor não seria diferente...

Entrentanto, no Grau V do Campo Harmônico Menor surge o acorde Vm7 (Em7), acorde q NÃO GERA TENSÃO DOMINANTE, pela ausência do TRÍTONO em sua formação. Pensando nisso, faremos uma PEQUENA ALTERAÇÃO no acorde, transformando sua TERÇA MENOR em TERÇA MAIOR, e assim mudando de Em7 (E,G,B,D) para E7 (E,G#,B,D) e alterando a sua função para DOMINANTE, a nossa necessidade para o Tonalismo.

Alterando o G para G# mudamos do Grau bVII da Escala Menor Natural para VII, gerando uma nova escala, a ser denominada ESCALA MENOR HARMÔNICA (nome bem sugestivo, ja q foi criada pra dar essa força ai no Tonalismo ;)

Se mudamos a Escala, alteraremos também outros acordes além do acorde do V grau, gerando um novo Campo Harmônico, a ser denominado CAMPO HARMÔNICO DA ESCALA MENOR HARMÔNICA.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1- Os Campos Harmônicos Menores são SEMPRE usados em conjunto, ou seja, na prática não existe divisão em Campo Menor Natural e Campo Menor Harmônico. Surgirão acordes do Harmônico normalmente quando for necessária a alteração e inserção da função dominante como visto na regra da sua criação.

2- Essa "minha" visão da criação do Campo Harmônico Menor é TOTALMENTE PRAGMÁTICA E FUNCIONAL, visando o esclarecimento do tema sem preocupação histórica e nem contextualização e atribuição aos seus devidos criadores. A quem interessar, vale uma lida no "Livro de Ouro da História da Música" de Otto Maria Carpeaux pra sacar como Bach e o seu "Cravo Bem Temperado" ,entre outras aventuras, resolveu esse pepino e deixou talvez o maior legado em matéria de Harmonia, a ser seguido até hj. O texto é meio pesado, mas vale cada letra :)

3- No sétimo grau do Campo Menor Harmônico surge uma família diferente de acorde, o ACORDE DE SÉTIMA DIMINUTA, ou ACORDE DIMINUTO para os íntimos, kkkkk, em sua ÚNICA aparição diatônica (dentro dos campos harmônicos). Ele tem em sua formação Tônica, Terça Menor, Quinta Diminuta e Sétima Diminuta (enarmônica a Sexta Maior). Vamos tratar dessa família de acordes num post específico, mas ja fica ai a expectativa para as "cenas dos próximos capítulos" kkkkk

Ufa, falaremos um pouco mais do Campo Menor nos próximos posts, dissecando a outra Escala Menor a ser utilizada, a MENOR MELÓDICA, mas isso é assunto pra daqui uns dias :)

Fique ligado e mostre pros amigos, kkkkkk

Abração

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Escala Menor Natural


Muito bem meu povo, nos nossos últimos contatos falamos muito da nossa querida Escala Maior, a referência inicial para todo o resto da nossa história. Nesse tópico vamos nos estender falando do outro tipo de modo a ser usado no Tonalismo, o Modo Menor, baseado inicialmente na Escala Menor Natural.
Formaremos a Escala Menor Natural seguindo o mesmo conceito da Escala Maior, através de sucessão de Tons Inteiros e Semitons, seguindo a lógica:

T -- 2 - 3m -- 4 -- 5 - 6m -- 7 -- T(8)

Lembrando: -- Tom / - Semitom (ou 1/2 tom se preferir)

Em Graus teriamos:

I -- II - bIII - IV -- V - bVI -- bVII -- I

Vejamos tom no de Am (Lá Menor)

A -- B - C -- D -- E - F -- G -- A

A relação a ser estabelecida com a Escala Maior é de máxima importância para a compreensão dos tópicos posteriores, portanto vendo a Escala Maior no Tom C teremos:

C -- D -- E - F -- G -- A -- B - C

Comparando as 2 escalas nesses tons específicos encontraremos as MESMAS NOTAS, na seguinte relação:

A Tônica da Escala Menor aparece como SEXTO GRAU da Escala Maior, assim como a Tônica da Escala Maior aparece como TERCEIRO GRAU da Escala Menor, estabelecendo assim o que chamamos de CONCEITO DE RELATIVIDADE MAIOR/MENOR (figuras A e B).

Nos próximos tópicos falaremos do Campo Harmônico gerado pela Escala Menor e suas respectivas Funções Tonais.

Abração a todos